Trem do destino
Já nem vou mais correr atrás desse apito
de trem parado na plataforma da estação…
Sei que a máquina e os vagões estão por lá,
aguardando o embarque ou o desembarque
de mais gente trazendo ou levando a paixão.
Desta vez, vou ficar só pensando por aqui!…
Não quero nunca mais enganar meu coração.
Prefiro ficar olhando e ouvindo o Tic-Tac do
relógio de casa, a voltar a olhar para o velho
relógio de ferro pendurado naquela estação.
Pois o meu relógio pelo menos está andando,
e não marcando as horas paradas no tempo.
Parado bem nas horas e nos minutos em que
ela embarcou e sabe lá Deus se um dia volta.
Sabe-se lá se ainda a verei por um momento.
Posso até imaginar aquele cenário clássico
de estação ferroviária pela noite adentro…
O trem, a plataforma, os bancos de espera…
Vazios… é claro! O luar nos trilhos a brilhar
pelo horizonte, a bandeirinha verde ao vento…
O relógio grande na parede, o poste de ferro
e sua luz, o apito do solitário guarda-trem…
A resposta do trem… Um alto e longo apito,
e a lenta saída da composição da plataforma
de embarque e desembarque… Sem ninguém.
A essas horas, todo aquele cenário só não é
mais clássico porque não está mais lá o trem.
Já se foi… A vida é assim!… É uma máquina
de embarque e desembarque. É o nosso destino,
a traçar a sorte de quem vai ou de quem vem.
Se embarcamos com a pessoa certa, parabéns!
Mas se não, somos apenas mais um a aguardar…
A aguardar vez ou outra na estação… Ou ouvir
pelo apito do trem parado naquela plataforma
e ficar imaginando o cenário daquele belo lugar…
(Uma coisa é certa!… Seu amor pode não mais voltar,
mas sempre podemos mudar nossos destinos, pois
o trem sempre volta para que possamos embarcar…)
PRÊMIOS:
– 2º Lugar (Troféu “Sabino Romariz”) no XVII Concurso Nacional de Poesia “Prêmio Sabino Romariz”, da Folha Notas Literárias – Maceió/AL – 2.010.