Mauro Martiniano
Amor e poesia!
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SERIA ASSOMBRAÇÃO?!…

Naquele dia haviam saído logo cedo de casa para passear. O marido não pôde ir, pois também logo pela manhã, tinha viajado a serviço da empresa em que trabalhava e muito provavelmente voltaria bem tarde da noite.

Assim, Maria Fernanda com seus filhos Matheus de 14 anos e Camila de 10 anos de idade, apanhou seu veículo e desceram para a bela Guarujá, litoral de São Paulo, com a intenção de voltarem no mesmo dia. Só estavam mesmo com o intuito de deixarem um pouco a agitação da cidade grande, aproveitando aquele bonito sábado de sol.

Moravam há cerca de três anos num belo e confortável sobrado na metrópole paulistana, e desde que haviam se mudado para lá, suas vidas não tinham sido mais as mesmas, e em especial, o relacionamento com o seu marido andava quase sempre um pouco tanto conturbado, não tendo mais aquele clima bom de antigamente.

Nesse dia, Maria Fernanda e seus filhos se divertiram muito. Nadaram, tomaram sol, se bronzearam junto à quentura da areia… Em seguida, almoçaram num restaurante à beira da praia, onde pediram uma deliciosa caldeirada com peixes e frutos do mar e uma porção frita de camarões. Ainda visitaram o aquário daquela cidade litorânea, andaram pela orla e, já no final da tarde, retornaram do divertido passeio naquela maravilhosa “Pérola do Atlântico”.

Na volta, não passaram em nenhum lugar. Maria Fernanda dirigindo seu automóvel veio direta para casa, enquanto no banco traseiro do veículo, exaustos pelas diversões do dia, Matheus e Camila dormiam relaxadamente.

 Pouco antes de chegar ao sobrado, Maria Fernanda tratou de chamar seus filhos para que acordassem e se despertassem do sono, pois estavam chegando em casa, e como de costume, Matheus era o “encarregado” de descer do carro para abrir o portão da garagem para entrarem com o veículo, e logo depois, aproveitava e já fechava o portão.

Retornaram do litoral por volta das dez da noite.  Era época de horário de verão, e o sol naquela oportunidade esteve presente até por mais tarde pelas cidades, razão pela qual acabaram por sair da praia já com um horário bastante avançado.

Mas o que ninguém imaginava é que naquele dia algo de anormal iria ocorrer na chegada em suas casas…

 

*****

***

*

 

As pessoas daquela família tinham o hábito de quando saíam e iriam demorar a voltar, deixarem a janela do quarto da frente do sobrado aberta, somente fechada com os vidros, parcialmente tampados por uma cortina. Outras vezes deixavam alguma luz acesa na sala de estar ou na cozinha, ambas na parte inferior do sobrado, tudo isso para se ter a impressão de que na casa havia sempre alguém, para dessa maneira, tentar se evitar a ingrata “visita” de algum larápio durante suas ausências.

Assim que Matheus desceu do carro e partiu em direção ao portão para abri-lo, percebeu algo estranho na janela do quarto da frente que ficava na parte superior do sobrado, a qual estava um pouco iluminada pela claridade emanada da luz de um poste quase em frente aquela residência, fazendo com que, de imediato, brecasse os seus passos e, cautelosamente, retornasse ao veículo. E, sem que tirasse os olhos da janela, com ar de assustado e com um tremor na voz, falou baixinho à sua mãe:

– Mãe! Mãe! Tem alguém lá em casa. Eu vi a cortina do seu quarto se mexer!

– Calma Matheus! – respondeu a ele Maria Fernanda, tentando tranquilizá-lo. Deve ter sido impressão sua.

– Não, não foi impressão não! – falou Matheus agora em tom normal de voz, e continuou:

– Eu vi mãe!  A cortina se mexeu como se alguém a tivesse afastado para olhar pra rua! – e emendou a fala em sua inusitada visão:

– Olha lá!!! Olha lá mãe! Mexeu-se de novo! Tem alguém no quarto mãe! – desta vez Matheus estava com os olhos arregalados e muito mais assustado.

Percebendo em seu semblante que Matheus estava mesmo falando sério, Maria Fernanda de dentro do veículo, juntamente com Camila, olharam para a janela do quarto e, qual não foi a surpresa, também puderam notar que realmente a cortina do quarto, cuja janela estava fechada somente com os vidros, havia se mexido de forma muito estranha, como se realmente alguém do lado de dentro a tivesse afastado para melhor espiá-los.

Vendo esse fato estranho, Maria Fernanda pediu para que Matheus entrasse no carro e rapidamente se afastaram do sobrado e, de dentro do próprio carro, com o uso do celular, Maria Fernanda ligou para a polícia comunicando que possivelmente tinha ladrão no interior de sua casa e estavam com muito medo de entrar.

Em questão de minutos, uma viatura com dois policiais encostou bem em frente ao sobrado. E assim, Maria Fernanda e seus filhos, que estavam com o veículo na mesma rua, pouco mais acima, se aproximaram daquela viatura e relataram aos policiais o que haviam presenciado.

Após se inteirarem do que estava ocorrendo, os policiais desceram da viatura e pediram a chave do portão e da porta de entrada do sobrado para Maria Fernanda, e com muito cuidado e atenção, adentraram na residência e passaram a revistar meticulosamente todos os seus cômodos, sem deixarem qualquer canto sem ser inspecionado.

Faltava ainda a parte de cima do sobrado onde ficavam os quartos da casa. Subiram a escada pela sala até alcançarem o pavimento superior do sobrado, e da mesma maneira, revistaram tudo e nada de anormal foi encontrado. Restava apenas aquele quarto onde “alguém” estaria escondido e teria mexido na cortina para olhar para a rua, provavelmente em direção aos seus moradores que ali haviam chegado.

Os policiais, com suas grandes experiências e aplicando os treinamentos obtidos em suas carreiras, estrategicamente alcançaram o interruptor do quarto, localizado a meia altura, próximo ao batente do lado interno da porta. Acenderam a luz e, subitamente, entraram com suas armas em punho, porém depois de meticulosa revista realizada naquele compartimento, no guarda-roupa…, embaixo da cama…, atrás da cortina…, também ninguém foi encontrado e nem tampouco havia quaisquer sinais de anormalidades em seu interior.

E depois de terem verificado todos os lugares possíveis onde poderia alguém estar escondido (armários, guarda-roupas, quintal, inclusive nos quintais vizinhos, etc.) os policiais se despediram de Maria Fernanda, dizendo-lhe que estava tudo bem, orientando-a para que fechasse bem as portas e as janelas da casa, e caso houvesse qualquer outro problema, era para ela ligar novamente para eles.

Tendo os policiais idos embora, Maria Fernanda, seguindo suas orientações, imediatamente fechou muito bem as portas e janelas do sobrado e ligou para o seu marido explicando o ocorrido, no que este falou que já estava chegando, mas também a orientou para que mantivesse as portas e janelas bem fechadas…

 

*****

***

*

 

Passado todo esse acontecimento, ainda moraram alguns meses naquele sobrado e só mudaram quando as chaves de seu apartamento foram-lhes entregues.

Mas esse fato nunca solucionado, sempre mexeu com aquela família, pois estranhamente todos naquele dia, Maria Fernanda, Matheus e Camila, afirmam terminantemente que viram a cortina ser afastada como se alguém, de dentro do quarto, a tivesse puxado para observá-los. E com certeza não teria sido o vento, porquanto a janela estava fechada com os vidros, e estes vedavam qualquer possibilidade de entrada de ar.

E o mais sinistro é que, naquele dia, quando retornaram àquele quarto de casal já sem a presença dos policiais, e mesmo sabendo que durante a revista, aqueles patrulheiros puxaram as duas partes da cortina, mas não a voltaram ao lugar em que se achava, a cortina se encontrava completamente fechada, não tendo nenhuma brecha entre as duas partes que a compunham, fato esse que Maria Fernanda preferiu não comentar a seus filhos.

Estranho também foi o fato de que, após algum tempo que se mudaram daquele sobrado, o relacionamento de Maria Fernanda com o seu marido havia melhorado bem.

Ah, não sei se tem alguma coisa a ver! Mas ficaram sabendo que há muitos anos, no local em que foi construído aquele sobrado, juntamente com outros demais sobrados geminados, funcionou um terreiro onde se praticavam trabalhos de magia negra e “despachos” dos mais diversos.

Teria sido assombração em seus “domínios territoriais” a vagar por aquele sobrado e ter afastado a cortina para melhor olhar pela janela a chegada de seus “nobres visitantes”?!…

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