Pai Herói
Agora eu sei que você sempre teve razão,
sempre teve bons motivos para me ensinar…
Preocupou-se demais com a minha vida…
Envelheceu.
E eu fiquei jovem, moço…,
e sabia mais do que tudo, do que todos…
Do que você!
E então, com os sonhos que carregava,
não me lembrei dos seus conselhos.
Criei asas, e “sábio”, me libertei e saí.
Voei, voei… Voei tão alto que, como Ícaro,
minhas asas se derreteram e eu caí.
Agora que cresci, ao ver os meus cabelos
embranquecer, chegando ao tom dos seus cabelos
de neve, sinto vontade de voltar…
Não de cortar as minhas asas, mas de ter voado
com toda sua sabedoria.
Assim não precisaria de fazer como Ícaro fez…
Sucumbiu.
Pois o meu herói estava sempre perto de mim.
Você meu pai herói!…
Que me ensinou que as asas não devem ser de cera.
Que hoje eu agradeço ao me lembrar de seu canto
de paciência.
Dos seus ensinamentos, de sua velha e necessária
experiência e paz.
Agora eu sei… Já é quase tarde. Obrigado pai!