Mauro Martiniano
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Amanhã

Hoje pela manhã consegui ver o sol quebrar a minha escuridão,
quando o brilho de seus raios adentrou e iluminou as cinzentas
paredes do meu quarto, mostrando-me a claridade do céu azul e
chamando-me para sair e festejar a vida que há lá fora na cidade.
E num lapso de êxtase do meu ser, regozijei-me de tanto prazer…

Porém foi só um lapso, um fragmento instantâneo de felicidade.
Pois o monstro ainda estava lá… De pé à minha frente. Gigante!
Ameaçador, parado na porta, bloqueando a saída do meu quarto,
rosnando tal um cão selvagem, mantendo-me cativo nas trevas,
impedindo-me de transpor a barreira do incompreensível medo.

E esse monstro caliginoso e malévolo, mas irreal e persistente,
caminha também com minha insônia, ronda o interior da casa
e consegue encontrar solo fértil nos cômodos de minha mente.
Como uma sentinela, na vigília diária dos meus pensamentos,
dos meus passos, e das correntes que me prendem internamente.

Ele corrói-me sem pena. E quando tento qualquer um disfarce
para alcançar quem sabe uma chave que possa vir libertar-me,
aí ele me algema mais apertado, e aprisiona-me como castigo.
Oferece-me um cálice de cristal dosado com tristeza e solidão,
que parece vinho tinto contendo lágrimas de sangue e aflição.

Às vezes, numa trégua momentânea de minha guerra interna,
surge um herói com coragem para promover uma revolução,
de livrar-me das correntes que me detém. Então me reforço
com uma armadura de vontade e caminho num passo a passo,
tentando driblar o atento monstro para prosseguir mais além.

Preciso e vou ultrapassar os limites territoriais deste quarto.
Aproveito um raríssimo instante em que o monstro está inerte
em meu interior para fugir, e assim, na esperança viver enfim.
Mas outra taquicardia toma-me o coração, e como um alarme,
desperta novamente o monstro perspicaz que habita em mim.

E de repente, de seu abrigo escondido entre meus neurônios,
ele se levanta feroz e, bravo, barra a porta de casa para a rua.
É só ele me ver feliz que trata logo de anular-me às forças,
lembrando-me de suas armas mais poderosas de crueldade
e que me retém estático e nervoso… O medo e a ansiedade.

E sabe o que é pior?!… Ninguém vê esse monstro e pensam
que ele não existe. Acham que invento o mal e o pessimismo
para negar-me dos afazeres do cotidiano. Assim abstenho-me
mais uma vez da felicidade. Não sou fraco! Porque enfrentar
sozinho esse monstro poderoso, requer muitíssima habilidade.

Hoje o sol já se pôs. Porém minha janela continua aberta para
recebê-lo vivo e mais uma vez lindo iluminando o meu quarto.
E amanhã posso conseguir, pois hoje fui um pouco mais longe,
embora meu corpo esteja dilacerado sobre minha cama, sem
motivação e desarmado para reagir contra este estado infeliz.

Hoje vi que atrás do monstro terrível que bloqueia os cômodos
da minha mente, há um fecho de luz que brilha convidando-me
para a revolução dos meus bons pensamentos, para conquistar
a felicidade. Preciso ignorar esse monstro, esmagando os meus
medos, e só assim sair ao encontro de minha interna liberdade.

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